Aquele retrato esconde meu rosto
e segura o ímpeto que tenho todos os dias
de te tomar pela mão e reclamar o que não é meu.
O meio sorriso que o braço oculta quase não existe.
Alguma coisa que você falou e eu ri, como sempre.
Talvez uma daquelas frases feitas que agora me
embrulham o estômago e que eu ouvia como obra
prima de sua fala.
Em preto e branco, recortada, rindo meio a meio e
meio de lado, claridade. Somos imagens em contato e
esta noite, meu torpor prova que isto basta. Luz sobre
papel e seu rosto refletido sem máscaras.
Vejo.
E volto ao meio sorriso monocromático, escondido.
Seguro.
Não mais existo em você.
Você em mim.
Não.