sábado, 27 de junho de 2009

De uma lembrança em paz


Ela dizia palavras que eu realmente não entendia. Reclamações randômicas, lamentos, lágrimas, um certo grito entalado na garganta que eu achava que saía quando ela falava comigo. Ledo engano. Foi preciso ver o declínio da cumplicidade que havia nas noites que passamos em claro rindo das nossas próprias histórias. Não, não foi o fim de uma amizade. Foi e é a maior coerência de todos os tempos. Hoje, olhando as fotos do passado que construímos juntas, não choro nem me arrependo. Lembrar é sempre bom. Mas mais do que isso, lembrar é registrar num trechinho mínimo minha inaptidão para compreender o mundo dela. Faltou a bolinha de cristal. Ou foi inexperiência demais. Nossa. E se qualquer coisa não deu certo, não foi por falta de amor.


:)