sábado, 26 de junho de 2010

Ouvir música no escuro é o ápice do sentido que tem o universo ao meu redor. Tive vontade de escrever sobre essa perspectiva de um gesto que pode parecer absolutamente normal ou não. Vou trocando os discos da lista de  reprodução e penso que sou mesmo estranha. Não consigo ser feliz com o que é comum e às vezes isso é difícil até pra mim. Preciso do que vá me puxar o tapete, virar de cabeça para baixo, sacudir, jogar longe e puxar de volta. Quero o diferente, o que quase ninguém vê, qualquer coisa que cause estranheza. E gosto quando me dizem que eu digo palavras que nem sempre se pode entender. Gosto mesmo das coisas na ordem inversa e de construir mais e mais complexidade. Depois reclamo do meu não entender. É minha única maneira de ser e só, nem tão simplesmente.

Escrevi isso ouvindo Maria Bethânia e pensando no último disco do Capital Inicial. É horrível. Tem artistas que não amadurecem mesmo. E outros que não envelhecem. Prefiro quem amadurece sem perder o frescor, e acho extremamente possível. É inclusive o mais difícil e, bom, já expliquei porque eu gosto. 


Vou voltar para os meus discos e o escuro. Por algumas horas meu mundo vai ser só meu e dos meus "esquisitos", até que o sono chegue.

Justo a mim me coube ser eu. Stranger, but mine. I am mine.