A inocência foi tanta que não havia como prever o desastre. Só queria dizer boa noite, boa sorte. Disse. Estragou tudo. Mais uma vez, ou pela primeira ou pela última; culpa, isso sim. Culpada, ela, condenada por si mesma.Achou, perguntou, sentiu [se chorou não sei], desesperou-se. Víbora ela. Culpada ela. Carrasco dos outros. Carrasco de si. Tremores, suores, lágrimas, solidão. Não se enganara ao dizer que era mentira; mas aquela mentira não era um engano.O que sobrou do céu? Pedaço de nuvem, gota a gota, chuva. Sabia ela que era o amor, mas não podia. Não podia. Quis poder. As vozes ecoando, o medo, a insanidade latente, a dor de um crime imperfeito.Não queria pensar; era dela. Dela, propriedade por tempo de uso, por dedicação e cuidado, por experiência. Tinha nome, endereço e telefone. Era dela.
Quem?
Quem?
Quem?
Quem?
Ela perguntou QUEM.
Não respondi.
Ela, era eu.
4 comentários:
clima fatídico, gostei :)
ps.: ah, obrigada
garbage é bem legal né?
Lembrei de estar com uma ponta do triângulo espetada nas costas, uma vez.
Hoje faço questão de estar nas 3.
Viu, é isso.
Adoro a sua 'nebulosa'! Comé que fala que não sabe de final?
Essa juventude!
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