quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

T.A.




A inocência foi tanta que não havia como prever o desastre. Só queria dizer boa noite, boa sorte. Disse. Estragou tudo. Mais uma vez, ou pela primeira ou pela última; culpa, isso sim. Culpada, ela, condenada por si mesma.Achou, perguntou, sentiu [se chorou não sei], desesperou-se. Víbora ela. Culpada ela. Carrasco dos outros. Carrasco de si. Tremores, suores, lágrimas, solidão. Não se enganara ao dizer que era mentira; mas aquela mentira não era um engano.O que sobrou do céu? Pedaço de nuvem, gota a gota, chuva. Sabia ela que era o amor, mas não podia. Não podia. Quis poder. As vozes ecoando, o medo, a insanidade latente, a dor de um crime imperfeito.Não queria pensar; era dela. Dela, propriedade por tempo de uso, por dedicação e cuidado, por experiência. Tinha nome, endereço e telefone. Era dela.



Quem?


Quem?


Quem?


Quem?


Ela perguntou QUEM.



Não respondi.


Ela, era eu.

4 comentários:

fluorescentadolescent disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
fluorescentadolescent disse...

clima fatídico, gostei :)

ps.: ah, obrigada
garbage é bem legal né?

Natacha disse...

Lembrei de estar com uma ponta do triângulo espetada nas costas, uma vez.
Hoje faço questão de estar nas 3.

Natacha disse...

Viu, é isso.
Adoro a sua 'nebulosa'! Comé que fala que não sabe de final?

Essa juventude!